quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Informações

Sentado na escuridão do meu quarto noto uma luz vermelha piscando.

Ela mostra que toneladas de informações estão, nesse exato momento, passando por mim e indo em direção a um amontoado de ferro, plástico e vidro. Escuto seu coração batendo, seus pulmões arquejando e penso: O que essas informações realmente informam?

Refletindo um pouco, chego à conclusão de que elas não informam nada. Informam, talvez, que nossas vidas vazias não podem ser preenchidas com bites, scraps ou emails. Mostram-me que estamos perdendo tempo e desperdiçando nossas vidas, tentando acumular mais e mais informações inúteis. E para que? Para no final olharmos pra traz e vermos que não vivemos?Que nos tornamos as máquinas de nossas próprias máquinas?

Sei que estou sendo radical. Realmente há muita informação útil na grande rede. Mas você há de concordar que talvez, pensando por baixo, 80% é inutilidade. Então associe o meu pensamento exposto acima a esse tipo de informação, que é, infelizmente, aonde a maioria das pessoas desperdiçam seus tempos.

Precisamos analisar nossas vidas com mais cuidado. Não deveríamos planejar ter um carro ou uma casa grande. Deveríamos, sim, desejar ter uma vida!Acumular verdades e não ferro e papel.

Todos deveriam passar um tempo vivendo somente com o essencial. Um abrigo, água, comida e talvez uns amigos. Sem amarras que possam nos atrapalhar de ver a verdade, e de esquecer da grande mentira que contamos para nós todos os dias, quando nos levantamos da cama e nos forçamos a sorrir, para que nosso dia se pareça menos inútil.

Eu acordo e olho pro céu, para os olhos das pessoas e seres que amo, e lá vejo um décimo da verdade que busco nessa vida. E tenho certeza que vou correr atrás de cada migalha de verdade que eu puder encontrar.

Nossas vidas são pequenas, nossos corpos frágeis, porém nossas mentes e espíritos são infinitos. Engrandeça-os e, talvez, encontrarás alguma verdade que ilumine essa escuridão chamada o homem.


“Eu poderia viver recluso numa casca de noz e me considerar rei do espaço infinito...”

- Shakespeare
Hamlet, Ato 2, Cena 2

Um comentário:

Marina Vilela disse...

belíssimo texto! Adorei!
ta escrevendo muito bem querido!!
Parabéns!